segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nando Reis e sua entrevista polêmica para a Playboy!

O Ruivão deu uma entrevista para a revista Playboy de Setembro onde fala sobre família, religião, drogas e a volta dos Titãs pela comemoração de 30 anos da banda.

Você teve duas doenças complicadas na família. Como isso afetou sua vida?
Meu pai e minha mãe se casaram muito cedo, e com 22 anos minha mãe já tinha três filhos, o José Carlos, a Maria Cecília e o José Luís, o Zeco. E o Zeco teve meningite e, por causa do remédio que ele teve que tomar, ficou surdo. Cinco anos depois eu nasci. Três anos depois nasceu a Lulu, Maria Luiza, que também teve meningite, que evoluiu para encefalite com seis meses, e mais tarde paralisia cerebral. Um dos pediatras disse que ela ia morrer, que não tinha o que fazer. Esses dois episódios da meningite deixaram sequelas, e eu nasci no meio dos dois. Quando nasci, o Zeco já estava surdo. E quando a Lulu nasceu eu tinha 3 anos, não me lembro. Tinha nascido um bebê, o que para qualquer criança já seria motivo de ciúme, e eu não sabia que não podia ter ciúme porque a minha irmã tava morrendo! [Chora.] Eu tinha 3 anos, cara.

Você teve dificuldade de aceitar isso?
Aí já exigiria um pensamento a respeito. Porque eu tenho muita raiva. A minha falta de religiosidade, de espiritualidade, meu ceticismo, até minha intolerância, está tudo inegavelmente associado a esse histórico. Talvez a minha raiva não tenha nada a ver com a história deles, tenha a ver com um sentimento da minha infância roubada, saca? Porque desde sempre, desde muito cedo eu não podia fazer barulho em casa. Não tinha nem sentido eu dar preocupação pros meus pais porque eles tinham coisas muito mais sérias pra resolver. E eu nunca pensei sobre isso. Hoje eu vejo que sou meio desparafusado, tenho uma vontade de anarquizar que um cara na minha idade já não deveria ter. Eu sou músico, e meu irmão não ouve. E ele vai aos meus shows. Não vamos entrar em lamúrias porque não é o que eu queria falar. Eu não consigo. Eu não acredito em Deus. Eu não peço a Deus…

Não gosta de padre, não gosta de madre…
É. Mas hoje até acho graça. Gosto de ouvir padre falar e tudo mais. Já tive vontade de ser padre quando era pequeno.

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